— olha só.... Se passaram exatos treze anos desde que você pisou aqui
— só treze? O casulo encolheu, eu não caibo mais aqui
xx
— e agora? Diante disso tudo, você tem medo?
— na verdade, não. A vida é simples, não preciso de medo. O meu medo, o meu peso vem em forma de angústia, aquela que há treze anos transborda
xx
— não me reconheço mais... A cidade cresceu e eu cresci nos emaranhados dela, perdida nesse caos que me fascina, que me confunde e que me engole. Eu fui, eu voltei e aprendi muito em tão pouco tempo...mas não me sinto plena. Eu perco sono pra saber se ainda há tempo, se ainda há lugares para eu explorar, espaços onde eu possa descobrir o que eu não sei
— treze. Foram treze anos
xx
— a minha confusão agora mudou, sabe...é menos adolescente, mais existencial. Quer dizer, eu gosto de pensar assim. nesses últimos seis meses, pelo incrível que pareça, a minha solidão amiga foi para segundo plano...o caos superou a minha solidão
— por muito tempo, procurei o que amar, pra não me perder. Descobri que bastava não procurar. Você devia fazer o mesmo; respira e para
xx
— retiro o que eu disse. Eu tenho medo. Medo de não ser o que eu espero de mim, de não viver tudo o que eu quero viver...Tenho medo de ser extremamente limitada. Quero gritar num surto esquizofrênico e sumir! Só voltar quando eu for capaz de admitir....
— admitir o que?
— minha nova pele.
essa pele que você vê
que você toca
que você sonha e idolatra
mas que não te dói como dói a mim
xx
— ainda bem que acaba...!
— pois é! Quero dar por terminado, quero que esse seja só um espaço de memória, não que seja o meu fim absoluto...
— você continua a mesma. que exagero
(risos)