sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

do dia que lembrei que acho que já te conhecia antes de te conhecer



[o ar quente pesado e abafado dessa noite de verão em janeiro me fez lembrar que só penso em sinestesia e acho que por isso pensei em você: confundiu meus sentidos e ao mesmo tempo expandiu todos eles 
viver ao seu lado é desbravar novos horizontes 
encarar meu mundo às vezes muito linear e rígido 
com a sua calma e sensibilidade
o calor de hoje me fez lembrar de você]

é que escrevi um poema há alguns anos 
(muito anterior ao nosso encontro) 
que eu dizia ao final 

por aqui amar é contemplar 


dia desses te defini como contemplação 
não sei por onde começar nem o que dizer 
quando todas as palavras se encontram presas na minha garganta 
torço pra que elas fujam pela minha boca 
e encontrem seus lábios no momento do beijo 

parece que encontro as palavras que busco te observando 
te admirando 
você é contemplação 
porque sinto que não preciso dizer nada 
e pela primeira vez (ineditamente) na minha longa história de poucos anos 
minha mente me falha 
as palavras faltam 
talvez seja porque o coração tá batendo forte cheio e vivo 
que nem naquela sua música 
do tambor interno 
acho que tambor é o meu coração 

admiro cada pedacinho seu 
mesmo aqueles que você insiste em esconder da luz do sol 
as tais das suas partes sombrias que persistem em serem eclipsadas por medo 
porém já te aviso:


por aqui amar é viver sem medo 
amar é admirar as virtudes e os ditos vícios de quem se ama 
amar é pra se achar a paz e faltar palavras 
porque na falta delas
você preenche com seus sorrisos 
seu abraço quente 
e até mesmo seu ar de mistério 
que pra mim se tornou acolhedor 

por aqui o amor é simples