[o ar quente pesado e abafado dessa noite de verão em janeiro me fez lembrar que só penso em sinestesia e acho que por isso pensei em você: confundiu meus sentidos e ao mesmo tempo expandiu todos eles
viver ao seu lado é desbravar novos horizontes
encarar meu mundo às vezes muito linear e rígido
com a sua calma e sensibilidade
o calor de hoje me fez lembrar de você]
é que escrevi um poema há alguns anos
(muito anterior ao nosso encontro)
que eu dizia ao final
por aqui amar é contemplar
dia desses te defini como contemplação
não sei por onde começar nem o que dizer
quando todas as palavras se encontram presas na minha garganta
torço pra que elas fujam pela minha boca
e encontrem seus lábios no momento do beijo
parece que encontro as palavras que busco te observando
te admirando
você é contemplação
porque sinto que não preciso dizer nada
e pela primeira vez (ineditamente) na minha longa história de poucos anos
minha mente me falha
as palavras faltam
talvez seja porque o coração tá batendo forte cheio e vivo
que nem naquela sua música
do tambor interno
acho que tambor é o meu coração
admiro cada pedacinho seu
mesmo aqueles que você insiste em esconder da luz do sol
as tais das suas partes sombrias que persistem em serem eclipsadas por medo
porém já te aviso:
por aqui amar é viver sem medo
amar é admirar as virtudes e os ditos vícios de quem se ama
amar é pra se achar a paz e faltar palavras
porque na falta delas
você preenche com seus sorrisos
seu abraço quente
e até mesmo seu ar de mistério
que pra mim se tornou acolhedor
por aqui o amor é simples