terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Estibordo

Porque naquele dia o nosso abraço paralisou o tempo e deixou o vento cantar sozinho no pé do meu ouvido. É o aperto no meu coração, o aperto daquele abraço, que me fez remar e adentrar esse mar, o vasto oceano que uma vez teve seu nome Foi aquele azul intenso e feroz, que me engoliu e agora me devolve na ressaca seca e amarga. Naveguei entre nossos corpos, percorri cada corrente naquele instante quase infinito. Hoje naufrago no solo hostil do deserto que foi te amar
O nó dos nossos braços compunham a casca mais impenetrável dos mares, mesmo com alguns remendos e cacos, resistiu a tudo, menos aquela maré que te fez ancorar em outras terras
Nesse porto que eu guardo, existem ainda algumas lágrimas salgadas e camufladas, que vão evaporando a medida que o calor daquele abraço se torna só mais uma onda
Agora o que me resta é construir com os ossos daquele Amor meu barco e buscar paz em um cais qualquer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pobre do Poeta...